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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Retrato fotográfico feito por André Taponier, em 1924.

 

PAUL GÉRALDY
(  FRANÇA  )

 

Paul Géraldy (pseud. Paul Lefèvre, Paris, 6 de março de 1885 — Neuilly-sur-Seine, 10 de março de 1983) foi um dramaturgo e poeta francês.
Paul Géraldy nasceu em París em 1885 onde fez seus estudos. Géraldy publicou em 1908 seus primeiros poemas no livro intitulado "Les Petites Ames" (As pequenas almas, em uma tradução livre).
Em 1912 ele volta em sua segunda obra poética de nome "Toi et moi", traduzido para o português por Guilherme de Almeida com o título de Eu e Você, em 1932.
Seu sucesso como poeta foi tão grande que tende-se a negligenciar seu sucesso no teatro onde iniciou escrevendo a peça "Les noces d'argent" de 1917.
Ficou eternamente conhecido como o poeta das mulheres e das coisas do coração, Paul Géraldy só voltaria a cena poética em 1960 com o livro "Vous et moi" que teve uma ótima crítica ainda na época.



TEXTOS EN FRANÇAIS  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS



ALMEIDA, Guilherme de. POETAS DE FRANÇA. São Paulo: 1936.

                                                                  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

MÉDITATION

On aime d´abord par hasard.
Par jeu, par curiosité,
Pour avoir dans un regard
Lu des possibilités.

Et puis comme au fond soi-même
On s´aime beaucoup,
Si quelqu´un vous aime, on l´aime
Par conformité de goût.

Pour l´amour d´aimer on s´invite
A partager ses moindres maux.
On prend l´habitude, très vite,
D´échanger de petits mots.

Quand on a longtemps dit les mêmes,
On les redit sans y penser…
Et alors, mon Dieu, l´on aime
Parce qu´on a commencé.


PASSÉ

Tu avais judis, lorsque je t´ai prise,
Il y a trois ans,
Des timidités, des pudeurs exquises…
Je te les ai désapprsises…
Je les regrette à présent.
A présent tu viens,tu te déshabilles,
Tu noues tes acheveux , tu me tends ton corps…
Tu n´étais pas si prompte alors,
Je t´appelais : ma jeune fille.

Tu t´approchais craintivement,
Tu avais pour de la lumière.
Dans nos plus grands embrassements,
Je ne t´avais pas toute entière…
Je t´en voulais. J´étais avide,
Ce pauvre baiser trop candide,
De la sentir répondre au mien,
Je te disais, tu t´en souviens:
«Vous ne seriez pas si timide
Si vous m´aimiez tout a fait bien» !
Et maintenant je la regrette
Cette enfant au front sérieux
Qui pour être un peu plus secrète
Mettait son bras nu sur ses yeux.     

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Guilherme de Almeida

 

MEDITAÇÃO

A gente começa a amar
Por simples curiosidade,
Por ter lido num olhar
Certa possibilidade.

É como, no fundo, a gente
Se quer muito bem,
Ama quem a ama somente
Pelo gosto igual que tem.

Pelo amor de amar começa
A repartir dor por dor.
E se habitua depressa
A trocar frases de amor.

E, sem pensar, vai falando
De novo as que já falou...
E então continua amando
Só porque já começou.


PASSADO

Há três anos, quando conheci você,
Tinham certo encanto
Essa timidez, esses pudores que
Destruí não sei por quê...
Hoje eu me arrependo tantos.
Hoje você chega, despe-se depressa,
Prende os seus cabelos, dá-se toda a mim...
Você não era bem assim
Era somente uma promessa.

Era arisca e fugindo um pouco
Da luz brutal que você vinha.
E, nos meus transportes mais loucos,
Você não era toda minha...
Eu odiava você. Eu queria
Que o pobre beijo, que era o seu,
Correspondesse bem ao meu.
Você não se lembra? Eu dizia:
Não, você não seria assim
Se gostasse mesmo de mim!...”
E agora eu choro a cada passo
A menina de rosto sério
Que para ter maior mistério
Cobria os olhos com seu braço.

*

VEJA e LEIA outros poetas da FRANÇA em nosso Portal de Poesia:
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Página publicada em junho de 2024


 

 

 
 
 
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